Preço de remédios em Rio Preto pode variar até 120% nas farmácias
quinta-feira, 12 de julho de 2012Em São José do Rio Preto (SP), a diferença de preços de remédios de uma farmácia para outra ultrapassa 120%. Quem não quer pagar preços abusivos, precisa fazer uma boa pesquisa antes de comprar o que o médico indicou.
A aposentada Izaura da Silva fez isso. Ela tem 67 anos e, por dia, toma mais de oito medicamentos para diversos problemas de saúde, como labirintite, pressão alta e coração. Para tentar economizar, ela pesquisou bastante. “Liguei em umas três farmácias, e tudo era caro. Agora perto de casa tem uma farmácia que é mais barata, mas continua saindo caro”, afirma.
Mesmo assim, a situação é complicada. O dinheiro da aposentadoria muitas vezes não é suficiente para os gastos com a farmácia. “Minha filha me ajuda porque só com a minha aposentadoria não dá para comprar”, diz.
A preocupação da aposentada é a mesma de diversas pessoas que dependem de medicamentos para tratamentos de saúde.
O Omeprazol genérico em comprimidos, indicado para dores no estômago, pode ser encontrado a R$ 19. O mesmo medicamento chega a ser vendido por R$ 41,70 em outra farmácia. O Captopril, com 30 comprimidos, usado para pressão varia de R$ 9,90 a R$ 19,29. Diferença de quase 100%. Já o antidepressivo Fluoxetina tem variação de 121%. Pode ser encontrado a R$ 19,84 ou a R$ 44.
De acordo com o diretor do Conselho Regional de Farmácia em Rio Preto, Anderson José de Almeira, essa variação é possível, desde que sejam respeitadas as determinações do governo federal. “Há vários fatores que podem acontecer isso. As grandes redes de farmácia têm maior poder de negociação e conseguem um desconto maior diante dos laboratórios em relação as que não são redes”, explica.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária é a responsável por determinar o valor máximo dos medicamentos. Segundo o Procon, os consumidores podem ter acesso a essas informações pela internet, no site da Anvisa, ou então nas farmácias de todo o Brasil, que são obrigadas a disponibilizar a listagem com mais de três mil remédios cadastrados. “Todo ano tem o reajuste, então dependendo dos impostos eles colocam um preço máximo de venda que os estabelecimentos não podem ultrapassar, porque senão se torna abusivo”, afirma Almeira.
Segundo o conselho, a fiscalização é de responsabilidade da Vigilância Sanitária. Mas o diretor também faz um alerta. “Quando o preço é muito baixo, tem que ficar alerta porque pode ser produto falsificado ou roubado”, diz Almeira.
Todos os medicamentos mostrados podem ser encontrados com preços acessíveis na farmácia popular. É claro que é preciso ter receita médica. O Captopril, que controla a pressão alta, é de graça.
Fonte: G1