Casos de dengue voltam a crescer em São José do Rio Preto
quarta-feira, 28 de março de 2012Maria Mancera de Abreu, 67 anos, passou quatro dias internada no hospital Austa, da cidade São José do Rio Preto. A aposentada sofreu com dores fortíssimas em várias partes do corpo, diarreia e febre de 40 graus. Ela é mais uma vítima do mosquito da dengue. Os casos de confirmação da doença em Rio Preto praticamente triplicaram em março. Até o dia 29 de fevereiro, a cidade registrava 30 pessoas que tiveram a doença confirmada.
No último relatório da Secretaria Municipal de Saúde, do dia 23 deste mês, já eram 89 confirmações, sendo um dos casos de dengue hemorrágica. Outros 150 exames aguardam resultados, se positivos ou não. Com o avanço da dengue, os casos da doença já se equiparam a 2011. No dia 23 de março do ano passado, havia igualmente 89 confirmações e nenhuma era hemorrágica.
“É a pior doença que tem. Eu não conseguia comer, vomitei muito, a febre queimava meu corpo e as dores eram insuportáveis”, recorda Maria, mais conhecida como Mariquinha, que recebeu a confirmação de que teve dengue por telefone. “O resultado está no Austa. Tenho de buscar”, conta ela. Durante os quatro dias em que esteve internadas, a aposentada tomou 12 litros de soro na veia. “Eu estava muito fraca.”
Agora, Mariquinha é uma “vigilante” no Santa Inês, bairro em que mora, em Rio Preto. Ela reclamou com a síndica do condomínio por causa de um terreno baldio, que estava com mato, ao lado da casa dela. E foi até um vizinho e exigiu que ele tirasse a água acumulada de dentro de um pneu, jogado no quintal da casa dele.
“Mantenho minha casa limpinha. As vasilhas dos cachorros são lavadas todos os dias. Nas visitas dos agentes de saúde, nunca encontraram um criadouro na minha casa. Foi por causa do relaxo dos outros que eu fiquei doente”, afirma. Outra vizinha de Mariquinha está na casa da filha, em Ibirá, por causa da dengue. E mais dois vizinhos próximos também sofreram com doença nos últimos dias.
Suspeita
O empresário Alessandro Marcelo Fernandes Maduro, 38 anos, foi ontem ao PS Central com suspeita de dengue. Desde sexta-feira, ele tem febre. Os antitérmicos não fazem a temperatura baixar. “O médico me atendeu e tomei medicação na veia. Espero melhorar, se a febre não passar, vai ser dengue mesmo”, diz.
Prevenção
Segundo o gerente da Vigilância Ambiental, Frank Hulder de Oliveira, 80% das larvas do Aedes aegypti são encontradas nas casas e quintais. O índice breteau – que mede a incidência de mosquitos – de janeiro (última amostragem) apontou que a infestação é de 2,5, ou seja, a cada cem casas visitadas 2,5 tinham larvas.
“Não se compara com janeiro de 2010, quando o índice era de 5,7, mas é preocupante e demanda atenção e cuidado da população. É preciso eliminar possíveis criadouros para não termos nova epidemia.” Em 2010, Rio Preto registrou 24.021 casos e 11 mortes decorrentes da dengue.
Fique atento
Com a eliminação dos locais mais comuns e propícios para a proliferação do mosquito, a fêmea do Aedes aegypti procura locais “inusitados” para colocar seus ovos. Nos quintais das casas e mesmo nas ruas, um simples saquinho plástico ou mesmo uma tampinha de garrafa são suficientes para o depósito de mais de 600 ovos de uma única fêmea.
Dentro das casas, larvas do mosquito já foram encontradas dentro do potinho de água que fica atrás da geladeira, em recipiente para tomar água, em potes para animais domésticos, em ralos, dentro de banheiros, principalmente em trilhos de box, em calhas e caixas d’água. Esta semana, Rio Preto participa da ação estadual de combate e prevenção da dengue. Todo final de ano, a Secretaria de Saúde promove uma semana de orientação à população, feita antes do período de chuvas. Epidemias de dengue só podem ser evitadas com a colaboração de todos.
Campanha retira lixo, produtos sem serventia e orienta população sobre criadouros e doença
Durante toda a semana, 500 agentes de saúde de Rio Preto promovem atividades de conscientização da população para que a cidade não sofra com outra epidemia de dengue.
Em todas as unidades de saúde, os usuários recebem folhetos e informações sobre a doença. Teatros de fantoches visitam as escolas, pedágios são feitos nas principais avenidas além de palestras dadas inclusive em igrejas. Essas ações fazem parte da Semana Estadual de Mobilização contra a Dengue e atendem a necessidade de combate mais efetivo em função do avanço de confirmações de dengue em Rio Preto.
Também estão mantidas as visitas nas casas, a limpeza de terrenos e a coleta de materiais que não servem mais para os moradores. A Faxina D, que promove a limpeza de terrenos e canteiros, já retirou mais de 65 mil toneladas de lixo e entulho de áreas baldias desde janeiro do ano passado.
O Cidade Limpa, uma parceria da prefeitura com a TV TEM, recolheu, nos últimos 15 dias, mais de mil toneladas de materiais que não têm utilidade para os moradores. Até agora, cerca de 30% da cidade foi atendida pelo projeto que é uma ação direta de combate a criadouros da dengue.
Fonte: Rede Bom Dia
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