Além de correr atrás de votos, também tem feito parte da correria dos políticos as visitas às gráficas, para encomendar os famosos santinhos e outros materiais de divulgação. Em algumas empresas de São José do Rio Preto, os pedidos de impressão aumentam em até 40%. O mercado aproveita o momento, que também é positivo para quem está a procura de um emprego.

É das máquinas que sai o material que vai ajudar o eleitor a memorizar melhor o rosto e o número do seu candidato. São milhões de folhetos impressos todos os dias. Artifício bastante usado nas campanhas e que dá trabalho depois que a votação termina.

O lado bom é que essas propagandas políticas não ocupam só o pessoal da limpeza. Elas dão trabalho também para as gráficas que, nessa época, tem que se adaptar para atender a demanda de pedidos. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Setor, as eleições municipais de 3 de outubro devem aumentar a produção do segmento em até 15%.

Em uma empresa de Rio Preto os pedidos foram além, cresceram 40%. Por isso, foi preciso remanejar a escala e criar turnos diferenciados para os funcionários. “A gente tem correria em época de eleição. Então a gente tem de se preparar no tempo correto, porque tudo é para ontem. Então temos de estar preparado antes”, afirma o supervisor Sebastião Gonçalves.

Desde que a nova lei eleitoral entrou em vigor, novas normas foram aplicadas às propagandas e os materiais impressos em papel ficaram ainda mais valorizados pelos políticos. “Antigamente tinha camiseta, propaganda em outdoor, e outras coisas que eles investiam mais, e menos em gráfica, por ter mais visibilidade. Hoje por ser proibido a gente está aproveitando bastante em cima disso”, diz Sebastião.

E os funcionários não reclamam. Afinal, mais trabalho rende mais horas extras e reforço no salário. “A gente faz bastante hora extra, trabalha de sábado, de domingo. Às vezes até dobra o salário que a gente receber”, diz Vinícius Vieira, auxiliar de impressão.

Em outra gráfica, também de Rio Preto, três novos funcionários foram contratados. Carlos César dos Santos estava há três meses desempregado. Nunca tinha trabalhado na área e agora comemora a colocação. “Mandei o currículo e mesmo assim me pegaram. Não tenho experiência nenhuma e agora estou trabalhando de ajudante e espero ficar por bastante tempo”, afirma.

Quem também está tirando lucro das eleições é o arte finalista Eduardo Figueiredo, outro recém contratado. “Arte de político é mais rápido de fazer porque a maioria das vezes vem com a foto pronta e só tem de tirar o fundo e bolar uma arte para o cartão de visita ou santinho”, explica.

É o período eleitoral sendo bom para política, para cidadania e até para quem procurava uma oportunidade de emprego.

Fonte: G1