A região noroeste paulista enfrenta um dos invernos mais gelados dos últimos anos. Na manhã de ontem (19), São José do Rio Preto registrou a temperatura mais baixa do ano. O dia amanheceu gelado, a temperatura chegou a 7ºC.

Quem saiu cedo de casa teve que se proteger bem. Mesmo nesta época do ano, cachecol de lã e luvas são acessórios pouco vistos nas ruas da cidade, mas com o frio tiveram que sair dos armários. Até quem teve de se exercitar, aquecer o corpo, teve que se agasalhar para espantar o frio pela manhã.

A auxiliar de produção Valéria Cristina Teixeira ficou com o coração apertado ao ter que tirar o filho Rafael da cama tão cedo com este frio. O jeito foi colocar nele bastante roupa. “Coloquei três blusas, duas calças e embrulhei ele no cobertor para espantar o frio. Tem de agasalhar bem para não ficar doente”, afirma a mulher.

Rio Preto ganhou ares londrinos. Assim que o sol saiu, uma névoa cobriu a cidade e mudou a paisagem acostumada a exibir sempre céu azul e altas temperaturas. Nos pontos de ônibus e na porta do trabalho o que mais se via era gente encolhida.

Pior ainda foi pra quem teve que encarar o dia mais frio do ano em cima de uma moto, como a atendente Rafaela Godoy, que vai trabalhar todo dia com a motocicleta. “O frio está demais, não tenho nem coragem de levantar da cama de manhã. Chego no serviço congelada por causa da moto. Tem de se agasalhar bem e mesmo assim, chega no serviço com os pés e mãos congelados”, diz.

O morador que não está acostumado com temperaturas tão baixas estranhou mesmo e recorreu ao tradicional cafezinho e leite bem quentes para esquentar o corpo. Em uma lanchonete a procura por bebidas quentes aumentou em torno de 10%. “Qualquer queda de temperatura tem de correr atrás de um café ou capuccino para aquecer o dia”, comenta o contador Adriano Barcelos.

E não é só as pessoas que estranham e sofrem com essas mudanças bruscas na temperatura. Os animais também não gostam e para que não fiquem doentes, no bosque de Rio Preto recebem cuidados especiais. O recinto das aves foi todo coberto com lona plástica para evitar o vento gelado. Alimentação dos 450 animais foi reforçada. “Os mamíferos todos eles têm abrigo para se protegerem. Para as aves colocamos cortinas para cortar a circulação do vento. A alimentação também é reforçada, menos para os répteis, que não se alimentam no frio”, explica o veterinário Bernhard Von Schimonsky.

O meteorologista Fernando Tavares, do Ipmet, o Instituto de Pesquisas Meteorológicas de Bauru (SP) explica que o oceano atlântico está mais quente que o normal, por isso, a água evapora mais, o que provoca mais chuva nesta época do ano. É um fenômeno climático.

Sobre o frio, ele disse que essa variação de um ano para o outro é normal. Esse ano as frentes frias estão chegando ao estado com mais facilidade.

Fonte: G1